16/04/2024

Qual é a importância dos algicidas no tratamento de águas de piscinas?


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Depois que as algas se estabelecem numa piscina, é praticamente impossível livrar-se delas. Afinal, esses microvegetais conseguiram sobreviver a todo tipo de adversidade durante milênios e milênios, enquanto outras plantas e animais sucumbiram e hoje são conhecidos apenas por citações e/ou ilustrações. Devido às suas características estruturais e fisiológicas, as algas têm capacidade incrível de sobrevivência. Elas se desenvolvem em massas densas (de forma que somente as células da superfície são mortas por agentes inimigos), em frestas, fendas e superfícies porosas, onde não podem ser atacadas; elas crescem tão rapidamente, que em pouco tempo superam em números seus oponentes. Havendo água (que sempre contém sais minerais dissolvidos) e luz do sol, as algas fabricam seus próprios alimentos (fotossíntese), exatamente como os vegetais, sem entretanto ter de fincar raízes e tendo a liberdade de passear por aqui e por ali, de carona nas correntes de água ou, quando a pressa for maior, pelos ventos. Cientes de sua superioridade, elas também são exigentes: quando as condições do meio não lhes agradam, elas se secam em esporos e ficam no ar, à deriva, levadas pelos ventos, até se encontrar em condições ideais para sobreviver.

 

As algas alteram o gosto da água, a sua cor e transparência, e causam odores desagradáveis. Suas colônias tornam as superfícies escorregadias, o que pode representar perigo para os banhistas. No verão elas crescem de forma surpreendentemente rápida, podendo esverdear e turvar uma piscina em questão de horas, especialmente após as chuvas, que precipitam para a piscina as algas e seus esporos suspensos no ar.

Existem três métodos disponíveis para manter as algas sob controle. O primeiro é o uso do cloro, que além de algicida, é também oxidante, bactericida e fungicida; o segundo é o uso de produtos específicos, e o terceiro são os métodos mecânicos de esfregação, escovação e aspiração. Primeiramente, vamos deixar claro que algicida é um produto que mata algas; algistático é um produto que impede o seu desenvolvimento. Em segundo lugar, devemos entender que geralmente um produto algicida também será algistático, dependendo apenas da concentração em que é utilizado. Em terceiro lugar, podemos concluir que precisamos de um algicida quando tivermos uma água suja, esverdeada e/ou turva pela presença de algas e a queremos limpar, ao passo que utilizaremos um algistático em águas limpas para mantê-las limpas, isto é, evitar o desenvolvimento de algas. 

O CLORO 

Provavelmente o menos reconhecido de todos os algicidas e algistáticos é o cloro. No entanto, estudos e pesquisas confirmam a evidência de que o cloro é um excelente desinfetante (bactericida, fungicida) e excelente algicida e algistático. O que não é comumente conhecido é o nível de concentração necessário e o tempo de contato para essas atividades.

O CLORO COMO ALGICIDA - Para eliminar algas já estabelecidas, em piscinas com água esverdeada, turva, pisos e paredes escorregadios, ou águas esverdeando após chuvas intensas, às vezes o único método viável e seguro é a supercloração ou cloração de choque. Residuais de 5 a 20 ppm de cloro livre são necessários; em alguns casos residuais maiores; ou várias superclorações até que a água apresente resultados. Esse método, entre os demais que serão citados, é o mais rápido e o mais aconselhável. Os resultados aparecem em algumas horas (2 a 8 horas) e ao mesmo tempo se processa desinfecção total da água e oxidação de todas as impurezas presentes. 

A supercloração deve ser feita de preferência no fim da tarde, quando a atividade na piscina é reduzida e para que a luz do sol não consuma o residual de cloro, o qual poderá então agir durante toda a noite. Após a adição da dosagem recomendada de cloro, deve-se deixar a filtração em funcionamento por algum tempo, de preferência por uma hora ou mais, para que a solução de cloro atinja todos os pontos da piscina e para que a supercloração atue também pelas tubulações e areia do filtro. 

O CLORO COMO ALGISTÁTICO - Se quisermos utilizar o cloro como algistático eficaz, em água limpa, devemos manter seu residual sempre na faixa ideal 2 – 4 ppm durante 24 horas por dia. Não podemos permitir nunca que esse residual baixe aquém de 1,0 ppm.

Uma das grandes dificuldades que se encontrava antigamente para manter esse nível de residual por tempo prolongado era a instabilidade do cloro frente a luz solar. Porém hoje existem os cloros estabilizados que possuem proteção contra degradação dos raios UV.

OS ALGICIDAS E ALGISTÁTICOS ESPECÍFICOS

Diversos produtos são formulados atualmente para essa finalidade. No Brasil, eles são principalmente de 2 tipos, a base de cobre, facilmente reconhecidos por sua cor azul intensa, ou a base de sais quaternários de amônio.

OS ALGICIDAS A BASE DE COBRE - O sulfato de cobre foi o primeiro algicida a ser utilizado em piscinas. Sua ação algicida é eficaz, embora o seja apenas no momento da aplicação, já que ele reage com a alcalinidade da água para formar um precipitado gelatinoso (da mesma forma que o sulfato de alumínio), o qual fica retido no filtro ou precipita para o fundo da piscina. O sulfato de cobre também reage com o cloro, diminuindo a eficiência de ambos. Tem forte poder de tingimento e doses excessivas podem levar ao esverdeamento de cabelos loiros (amarelo + azul = verde). Portanto, o vilão dos cabelos esverdeados dentro da piscina não é o cloro, e sim a presença de cobre.

Com seu uso, o pH deve ser vigiado e mantido estritamente na faixa de 7,2 a 7,8, pois pHs mais elevados podem provocar a formação de precipitados de cor azul a preto sobre as paredes e pisos, os quais são de difícil e trabalhosa remoção.

Sem dúvida o sulfato de cobre é o algicida mais barato existente no mercado. 

COBRE COMPLEXADO COMO ALGICIDA E ALGISTÁTICO - Já que o sulfato de cobre não pode ser utilizado como algistático, pelas razões acima expostas, criaram-se formulações onde o cobre está associado a produtos complexantes que têm a função de impedir a combinação desse metal com a alcalinidade da água e sua consequente inativação. Isso aumentará a sua utilidade, já que permite seu uso como algistático e também como algicida.

Os cuidados para a utilização desse produto devem ser os mesmos que os observados para com o sulfato de cobre acima, pois afinal, trata-se do mesmo produto químico, embora aditivado: vigilância permanente do pH, dosagem adequada sem abusos, e especialmente muito cuidado em não adicioná-lo a água em seguida ao cloro, ou vice-versa. Já explicamos o porquê da vigilância do pH; quanto as dosagens adequadas, devemos lembrar que esses produtos estão disponíveis em versões concentradas (Algicida de Choque) como algicidas e mais diluídas (Algicida Manutenção) como algistáticos. A troca de uma pela outra não produzirá os resultados esperados, já que há diferenças de concentração, embora se trate do mesmo produto. Deve-se procurar guardar um intervalo de 10 a 12 horas entre a sua aplicação e a do cloro para evitar que residuais altos desse oxidante destruam o complexante, que é o responsável pela estabilidade do cobre.

Os algicidas a base de cobre complexado tem preço maior que o do sulfato de cobre.

OS ALGICIDAS A BASE DE QUATERNÁRIOS - Geralmente em soluções aquosas, com espuma característica em maior ou menor grau, esses produtos têm a vantagem de ser algicidas e algistáticos eficientes sem a presença de metais de qualquer espécie. São incolores e, a menos que artificialmente coloridos, não têm poder de tingimento. São estáveis e eficazes em qualquer faixa de pH, e dosagens muito superiores as recomendadas geralmente só causam um pouco de espuma, sem qualquer consequência maior.

OS MEIOS MECÂNICOS DE CONTROLAR AS ALGAS 

Uma piscina limpa e bem cuidada geralmente será bem menos suscetível de ter problemas com algas do que uma piscina mal cuidada. A aspiração diária da piscina é um dos métodos para eliminar a sujeira que serve de substrato para as algas se desenvolverem. A aspiração semanal é melhor do que nada, mas não resolve o problema. Escovar as paredes e varrer a sujeira para o ralo de fundo para que esta seja captada pela filtração também ajuda, embora seja menos eficiente. Escovar as algas após a sua instalação é uma solução de curto prazo para um problema de longa duração. 

RESUMO 

Algas são e continuarão sendo um dos maiores problemas no tratamento de águas de piscinas. O segredo para seu controle é a prevenção. A melhor solução é manter o cloro em níveis corretos. Quando isso não for possível, o uso de algicidas específicos será como um seguro para as horas em que o residual de cloro baixar aquém dos níveis ideais. Os algicidas a base de cobre são os mais baratos e requerem vigilância maior no seu emprego. Os algicidas a base de quaternários são mais caros e mais fáceis de utilizar sem problemas. Os meios mecânicos, como viáveis de se executar numa piscina, ajudarão no controle de algas.

 

Fonte: www.pool-life.com.br