04/01/2024

Proteja-se contra as doenças comuns do verão


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Banhistas devem atentar-se à qualidade da água em piscinas de uso conjunto, além de evitar a permanência prolongada dentro da piscina; confira mais dicas de cuidados com a saúde

 

Chegou a época mais esperada pelo setor de piscinas e por boa parte dos brasileiros. O verão chega acompanhado de temperaturas elevadas e uma vasta possibilidade de lugares para se refrescar. Quando falamos de piscinas, clubes, hotéis, condomínios e até as estruturas privadas estão à disposição dos banhistas para boas horas de diversão. Entretanto, com essa alta na procura por piscinas, é importante elevar também a precaução com a saúde. E uma das maneiras de fazer isso é prestando atenção à qualidade da água.

O dermatologista Andre Costa Beber, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o verão é um período em que a pele está mais sujeita a agressões e doenças. Também professor de Dermatologia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ele explica que a permanência por tempo prolongado na água, mesmo que limpa, pode predispor o banhista a modificações de pele capazes de gerar doenças infecciosas. Outro ponto de atenção são as superfícies próximas às piscinas, como calçadas e vestiários, que por acumularem grande quantidade de água, estão mais propensas a proliferação de fungos e bactérias, que em contato com o corpo podem causar danos à saúde da pele.

Andre Costa Beber, da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Entre as doenças de pele mais comuns nessa época do ano, estão as otites externas, o impetigo, a foliculite e as micoses que, no geral, são mais frequentes no público infantil e adolescente, seja por fatores relacionados a idade ou ao comportamento. No caso da otite externa, o sintoma mais comum é a dor de ouvido. Ela ocorre quando há proliferação de micro-organismos no conduto auditivo devido ao acúmulo de água nessa região, gerando quadros de dor intensa ao mínimo toque. “A otite externa ocorre principalmente em crianças por conta de o conduto auditivo ser mais estreito. Por ser um espaço menor, favorece o acúmulo de água e a proliferação bacteriana”.

Já as foliculites são infecções nos folículos pilo-sebáceos, regiões em que nascem pelos, que podem ser um ambiente parcialmente fechado, servem como um “esconderijo” para micro-organismos. Costumam ser causadas pela proliferação de bactérias e fungos, gerando lesões que se parecem com espinhas, por se tratar de um local em que há acúmulo de pus. 

“O impetigo é uma ferida que surge subitamente, geralmente no rosto, mas também pode atingir outras partes do corpo, e cresce rápido, formando crostas e lesões ao redor da ferida inicial. Já as micoses costumam ser reconhecidas por coceira frequente e manchas, que podem variar de coloração. Além disso, na região dos pés, as micoses podem gerar bolhas d’água ou descamação entre os dedos e na parte inferior”, explica Andre. O especialista lembra ainda que, só a exposição solar em excesso, que ocorre principalmente nesse período do ano, pode causar queimaduras solares e, a longo prazo, o câncer de pele.

Andre explica que existem várias medidas para evitar esses problemas. No caso da otite, é recomendado o uso de protetores de ouvido com tampões, para prevenir o acúmulo de água na região. E em relação às demais doenças infecciosas da pele, ele sugere evitar locais com água parada ao redor das piscinas, além de cuidados como usar chinelos e evitar usar roupas molhadas por muito tempo. “A permanência por longos períodos dentro da água, assim como entrar e sair repetidamente da piscina, também deve ser evitada”, conclui.

É claro que, além de todos esses cuidados, é importante se atentar à qualidade da água, principalmente em ambientes públicos ou de uso conjunto, como clubes, hotéis, parques aquáticos e condomínios. Nesse sentido, o profissional lembra sobre a importância de tomar uma ducha de água limpa e secar bem a pele após o banho de piscina.

 

Fonte:Revista Edição 167