08/10/2020

Parques aquáticos de SP reabrem sob calor e desafio de distanciamento


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Ribeirão Preto, SP – Destino turístico que, antes da pandemia, chegou a atrair 3 milhões de turistas num ano, Olímpia (a 438 km de São Paulo) reabriu seus parques aquáticos em meio a uma onda de calor que chegou a 40ºC, com o desafio de manter o distanciamento em suas dezenas de piscinas e, com isso, evitar a propagação do novo coronavírus.

Com atividades reduzidas, os parques aquáticos da cidade e de Barretos (a 423 km de São Paulo), com águas termais, reabriram na última quinta (1º) adotando medidas como entrada única para piscinas, redução de ocupantes em toboáguas, check-in com reconhecimento facial e veto a saunas, quadras esportivas e atividades de recreação.

Especialistas afirmam que, apesar de a água clorada não permitir a disseminação do vírus, a utilização de piscinas deve seguir as recomendações básicas de outras atividades, como não permitir aglomerações, para reduzir o contato entre pessoas e assim evitar a contaminação pela Covid-19.

Os parques afirmam que não há risco de transmissão na água e que as medidas para conter agrupamentos estão sendo tomadas.

Parque aquático mais visitado do país, o Thermas dos Laranjais foi reaberto com festa na última quinta-feira e tem permissão para atender 8.000 visitantes por dia, o que representa 40% de sua capacidade, de 20 mil turistas.

Para dar suporte às questões sanitárias, contratou um infectologista e implantou em suas piscinas uma única entrada e saída, a fim de controlar o fluxo de banhistas.

Nos toboáguas, reduziu a ocupação das boias: nas de dois lugares, só uma pessoa poderá brincar. Nas de quatro, o limite agora é duas pessoas.

Suas saunas e quadras esportivas seguirão fechadas por tempo indeterminado.

"Não existe o risco [de transmissão na água]. Além de ter o cloro, trabalhamos com unidades de contagem e proporções da OMS e de parques aquáticos internacionais, o PH é controlado, assim como a temperatura", afirmou Marcos Bittencourt, gerente de marketing do complexo turístico Hot Beach.

Ao limitar o total de pessoas no parque, de acordo com ele, naturalmente serão evitadas aglomerações.

Com 23 mil leitos em sua rede hoteleira –a cidade tem 55 mil habitantes–, Olímpia aposta na retomada, principalmente com turistas paulistanos ou da Grande São Paulo, que são 56% dos visitantes, segundo dados da prefeitura.

"Por ser um turismo regional, em que o visitante pega o carro e viaja, a expectativa é muito positiva. São locais totalmente abertos, arejados", disse Rafael Almeida, CEO do Grupo Natos, que opera na cidade o Enjoy Olímpia Park Resort, com 912 apartamentos.

No Hot Beach, com capacidade para 8.000 pessoas, mas liberado para 3.200, medidas como o check-in com reconhecimento facial no resort e controle digital do fluxo de visitantes permitirão manter o distanciamento, disse ele.

"Como as vendas são só online, não teremos ingresso físico, conseguimos ter esse controle mais facilmente." A procura nos três resorts de Olímpia que pertencem ao grupo está no limite para o feriado de 12 de outubro.

O Hot Beach manteve atrações musicais nas piscinas, mas diminuiu os grupos infantis nas recreações.

Na cidade, os resorts estão liberados para ocupar até 75% de seus leitos. Em alguns deles, sete em cada dez já estão reservados por turistas, o que ajudará a recuperar os seis meses de inatividade.

"Perdemos os dois ou três últimos anos de crescimento e levaremos mais dois ou três anos para voltar ao patamar que estávamos antes da pandemia. É um prejuízo gigantesco", disse Almeida.

Hoje, o turismo representa 65% da economia de Olímpia.

"É o início de uma nova fase e vamos ter de tomar cuidado com a questão da disseminação do vírus, aprender o que a gente sempre fez, mas agora de uma forma diferente."

Um grupo de trabalho foi criado com a prefeitura para cuidar da divulgação do destino turístico e ver o que melhorar para o pós-pandemia.

Além dos parques de Olímpia, também foi reaberto na quinta-feira o Barretos Country Thermas Park, com limitações de atividades e regras como o tratamento da água com cloro e ozônio.

O parque de Barretos, com capacidade para 3.000 banhistas, tem 10 piscinas e 11 toboáguas, mas está operando com no máximo 1.200 pessoas e sem atrações como arvorismo e brincadeiras que possam gerar aglomerações.

O restaurante também deixou o local habitual e foi transferido para um centro de eventos anexo ao resort, em área ampla. A pista do self-service deixou de ser usada.

"Fechamos algumas atividades, como o Ice Bar, já que estudos dizem que o gelo transmite muito mais rapidamente [o vírus], e o arvorismo, já que também fica difícil a higienização entre um cliente e outro", disse o gerente geral do parque, Adriano Santos.

O resort anexo já operava desde agosto, mas o parque ainda não estava liberado para receber o público. A procura está alta para os próximos meses, segundo ele.

"Na água, a preocupação é menor, devido aos produtos, e os guarda-vidas e monitores também ficam com apitos orientando o distanciamento. Mas os próprios clientes estão conscientes. Temos percebido isso."

As atividades recreativas que geravam aglomerações foram retiradas da programação e deram lugar a atrações para serem desenvolvidas entre os próprios membros das famílias que visitam o parque.

 

Fonte: terra.com.br