01/08/2019

Os Desafios da WAPSA


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ANAPP está integrada com França, Reino Unido, Alemanha e Espanha, entre mais de 20 países, para trocar informações e alavancar negócios

Às vésperas de sua terceira reunião anual, agendada para 14 de outubro, em Barcelona, que se prepara para sediar a Piscina & Wellness Barcelona, membros da WAPSA - World Alliance of Pool and Spa Associations – antecipam temas e desafios que estarão na rodada de conversações. A Aliança se destaca por unir Países em busca de estratégias globais para novos negócios, mais qualidade e segurança em benefício do consumidor e a preocupação com a sustentabilidade do planeta.

Confira as entrevistas de alguns representantes países participantes, como Joële Pulinx (França), Chris Hayes (Reino Unido), Dieter C. Rangol e Ute Wanschura (Alemanha) e Pedro Arrebola (Espanha):Revista ANAPP - Qual é a importância de uma associação global como a WAPSA para o setor de piscinas em seu País?

Joële Pulinx: Como representante da Federação Francesa dos Profissionais de Piscinas - FPP, posso afirmar que a WAPSA é muito importante. Com ela, nós podemos saber quais são os pesos de diferentes mercados no mundo e quais são as leis e normas de outros países. É importante trocar informações sobre segurança, evolução do mercado, desenvolvimento sustentável e treinamento.

Chris Hayes: Sou do Reino Unido e represento a Federação Britânica de Piscinas (BSPF). Para nós, a WAPSA significa ter uma oportunidade de fazer networking, compartilhar boas práticas com colegas de todo o mundo e ter uma maneira eficaz de aprender o que outras associações nacionais de piscinas e spas podem oferecer aos seus membros. Isso pode ajudar a moldar os serviços oferecidos aos membros no Reino Unido e permitir comparações de dados e visões sobre padrões e legislação em diferentes países. A força dela está no fato de ser, no momento, uma Aliança, em vez de uma associação formal, o que a torna mais flexível. Mas teremos que definir no futuro sua estrutura para melhor promover a indústria no mundo.

Pedro Arrebola: Represento a ASOFAP – Associação Espanhola de Piscinas e para nós, uma associação global como a WAPSA dá às entidades locais a possibilidade de uma visão de 360 graus e uma perspectiva de escala global, o que é necessário para marcar os caminhos de configuração e execução de estratégias locais e regionais. Por outro lado, uma organização global deve nos dar força para melhor focalizar e defender nossas metas e objetivos comuns como setor.

ANAPP - Qual a importância do trabalho e das discussões da WAPSA para sua associação e filiados em seu país?

Joële Pulinx: Nós estamos no começo, mas o item mais importante (já abordado) diz respeito aos números de evolução do mercado para os associados. Com os trabalhos dos subgrupos, teremos no futuro informações sobre segurança e desenvolvimento sustentável para compartilhamento com governos e, também, com os clientes finais. Vamos mostrar o quanto o setor de piscinas e spas está limpo para o planeta. Todos temos que progredir nessa matéria, independentemente do setor em questão.

Chris Hayes: Vamos ter a terceira reunião anual em Barcelona. Será uma oportunidade para que os participantes entendam melhor o que cada colega pensa e, assim, trabalharmos todos juntos. Como nos dois anos anteriores, esperamos ter de três a quatro pessoas do Reino Unido no encontro. Temos fortes ligações com os europeus, nossos vizinhos. Destaco a União Europeia das Associações de Piscinas e Spa (Eusa), mas temos outros países no mundo como parceiros.

Pedro Arrebola: A WAPSA está em seu estágio inicial de organização e desempenho. Portanto, é muito cedo para encontrar a ligação adequada entre as discussões da WAPSA e as sinergias com as associações nacionais. Mas, tenho certeza de que, cada vez mais, as discussões e preocupações globais da WAPSA se tornarão em modo de cascata, alimento para pensamentos em nível local.

ANAPP - Poderiam destacar as ações e resultados obtidos pela WAPSA? Joële Pulinx: Como a WAPSA está em processo de construção, destaco o compartilhamento de informações. Ele é fundamental para progredirmos juntos em todos os assuntos.

Chris Hayes: De uma lista de dez tópicos apresentada na primeira reunião da WAPSA em Colônia, priorizamos três subgrupos: dados/estatísticas, formação/educação e segurança.

O primeiro encorajou o Reino Unido a rever as estimativas de comparação com outros países. Está em andamento um trabalho de atualização de números anuais. Discute-se também a possibilidade de um estudo de mercado, pois Países como Estados Unidos e França, por exemplo, compartilham ideias sobre o que fizeram para aprender mais sobre seus respectivos mercados. O subgrupo de formação/educação tem mapeado as várias qualificações disponíveis.

O Reino Unido já começou a olhar os vários cursos da indústria. Cito como exemplo o ISPE Home Study, cobrindo temas como construção, aquecimento, filtração e química da água. Temos informações de outros cursos que vão tratar sobre bombas de calor, revestimentos e saunas (seca e vapor).

O subgrupo da segurança quer promover discussões para tornar piscinas e spas mais seguros, e avaliar a legislação, normas e medidas educativas. Natação e a necessidade de supervisão técnica, especialmente para crianças, também estão em nosso foco.

No Reino Unido, a abordagem geral é educar os donos de piscinas domésticas sobre a capacidade de nadar. Há também uma exigência no currículo escolar nacional para crianças de 11 anos de idade de poder nadar um mínimo de 25 metros, sem ajuda.

Ainda há um longo caminho a percorrer, já que aproximadamente metade das crianças com 11 anos de idade não passa neste teste, embora, felizmente, o número de afogamentos em uma piscina no Reino Unido seja, em média, de três a cinco pessoas por ano.

A maior preocupação está nos perigos enfrentados pelas pessoas do Reino Unido que estão de férias no exterior, onde o acesso a piscinas é muito maior e sem a presença de guarda-vidas. Maior conscientização e educação são necessárias para que os pais supervisionem seus filhos de maneira adequada em viagens internacionais.

Registro também que um dos temas da reunião de Barcelona será o quarto subgrupo: impacto ambiental das piscinas. Isso ocorrerá durante a discussão trabalho sobre normas e eficiências de bombas, além de itens sobre economia de energia.

Pedro Arrebola: Para ser honesto, nós da ASOFAP não conseguimos chegar a resultados específicos em tais objetivos. Nós pensamos, todos os três são importantes e precisam ser desenvolvidos. E, também, outros objetivos precisam ser trabalhados, como questões ambientais e conscientização.

PISCINA, UMA PAIXÃO EM COMUM

Representantes da Federação Alemã de Piscinas e Wellness (BSW), Dieter C. Rangol e Ute Wanschura defendem o desenvolvimento de uma estratégia global para o setor de piscinas.

Os dois participam da European Union of Swimming Pool and Spa Associations (EUSA) que, carinhosamente a definem como “associação da piscina e do bem-estar da família”, e são conhecidos por também contribuir com a criação da WAPSA, que, segundo eles, tem a mesma definição. Transformar a unidade europeia em um grupo de trabalho global, aproximando mercados de diferentes regiões do planeta, é uma prioridade da dupla.

Reunir expertise, expandir redes e garantir qualidade são objetivos que devem ser alcançados. “Junto com a aliança internacional, outra tarefa importante é ter uma estrutura comum. Isso pode ajudar o setor a melhorar sua comunicação com agentes públicos e governos e impulsionar novas atividades de relações públicas e marketing”, afirma Dieter. Ute observa que, embora os Países e raízes culturais sejam diferentes, o grupo tem uma paixão em comum: a indústria de piscinas. “Devemos usar esse terreno comum para nos apoiarmos mutuamente e para o crescimento da indústria como um todo”, defende. Eles observam que a WAPSA está se organizando, mas a experiência de trabalhar em escala global é um avanço para o setor. Estudar regulamentações, serviços e organizar atividades educativas para os filiados, por exemplo, ganham força quando são tratados de forma coletiva. “É sempre gratificante pensar fora da caixa. Por isso, estamos ansiosos para continuar o intercâmbio internacional”, destacam os alemães.

Fonte: Revistas ANAPP Edição 146