29/02/2024

Doenças respiratórias e a relação com a prática da natação


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Conheça as doenças respiratórias mais comuns e seus sintomas, além de dicas de como reduzir os riscos e a relação com a natação e outros exercícios físicos

 

Não é novidade que o contato com a água pode contribuir para o bem-estar e relaxamento do corpo, seja em banhos mais demorados ou mesmo durante a prática da natação em piscinas. Mas quando o assunto é natação, a relação do esporte com a saúde vai muito além dos benefícios que já conhecemos. Além de ser um exercício físico, que traz benefícios inquestionáveis quando realizado regularmente, como a redução de complicações de doenças cardiovasculares, a natação está relacionada à melhora da capacidade respiratória. Uma revisão sistemática publicada pela Cochrane Database em 2013 sugere que a natação é bem tolerada por pessoas asmáticas e não causa malefício ou reações adversas à saúde, não devendo haver, de modo geral, qualquer tipo de restrição.

A natação está diretamente ligada à melhora da capacidade respiratória

Segundo o Dr. Waldo Mattos, pneumologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o inverno é a estação do ano em que as doenças respiratórias se manifestam com maior intensidade. E com a sua proximidade, o especialista explica quais são as mais comuns e os sintomas que apresentam, além de dicas para diminuir o risco. “As temperaturas mais baixas se associam a uma maior frequência de infecções virais e bacterianas, as quais, além de serem a causa de doenças agudas, como pneumonia e sinusite, podem atuar como fator desencadeante das crises ou exacerbações de doenças crônicas”, afirma. Ele explica ainda que o frio também pode causar danos aos mecanismos de defesa do pulmão pela respiração do ar com baixas temperaturas.

As doenças pulmonares crônicas mais frequentes são asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Esta última, segundo o profissional, é causada pelo tabagismo em cerca de 85% dos casos. Já entre as doenças das vias aéreas superiores, a rinite alérgica e a rinossinusite são as principais. “As doenças respiratórias agudas mais comuns decorrem de infecção por vírus ou bactérias, sendo elas, gripes e resfriados, pneumonia e sinusite. E os sintomas que podem indicar um quadro de doença respiratória incluem tosse, expectoração, febre, dispneia, percepção de ‘chiado’ durante a respiração e dores, do tipo ‘pontadas’ no tórax”, explica.

Mattos conta ainda que, em geral, não há contraindicações para a prática de natação recreativa. As questões mais importantes envolvem o suporte e acompanhamento de um profissional de educação física qualificado, como em qualquer modalidade de exercícios, e uma avaliação médica antes de dar início às práticas, principalmente para pacientes com doenças respiratórias crônicas e que apresentam uma redução significativa da capacidade ventilatória. “Estes indivíduos podem não estar em condições físicas para esta prática”, afirma.

Por fim, o profissional pede atenção aos pacientes com doenças respiratórias crônicas em relação a um tratamento regular adequado como medida protetiva, além de utilizar corretamente as possíveis medicações prescritas pelo seu médico, bem como as vacinas recomendadas para evitar o agravamento do quadro. Já no caso de doenças infecciosas agudas, ele reforça a importância de se atentar aos sintomas de gravidade ou piora, como febre muito alta, dispneia ou dor no tórax. “No caso das gripes e resfriados, a persistência dos sintomas por mais de sete dias ou o seu recrudescimento após melhora inicial podem ser indicativos de uma coinfecção bacteriana. Neste caso, o mais indicado é procurar por orientação médica para iniciar o tratamento mais indicado”, conclui.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 169