26/09/2019

Brasil termina com 17 medalhas em 11º lugar no Mundial Paralímpico


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Terminou o Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, encerrado ontem em Londres. Brasil fechou sua campanha com 17 medalhas, 5 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. No quadro geral de medalhas, com a Itália campeã pela primeira vez, o Brasil ficou em 11º lugar.

Se comparados com a última edição do Mundial, em 2017, no México, o Brasil ficou em quarto lugar, 36 medalhas, 18 de ouro, 9 de prata e 9 de bronze. Acontece que com o terremoto e a mudança de data do Mundial de 2017, além da ausência de muitos países, fica difícil usar a competição como referência.

Assim, voltamos no Mundial de Glasgow, em 2015, só que lá o Brasil também terminou em quarto lugar, 23 medalhas, 11 de ouro, 8 de prata e 4 de bronze. O que claramente aponta uma queda precisa de uma análise mais detalhada.

Não há dúvidas de que o novo sistema de classificação implantado pelo IPC em 2017 afetou diretamente o Brasil. Em Glasgow 2015, os dois maiores nadadores do Brasil, Daniel Dias e André Brasil ganharam 10 medalhas de ouro. Daniel havia ganho todas as sete provas que participou e André foi campeão de três.

Entretanto, não vai adiantar muito ficar "chorando" pelo sistema de classificação para sempre. O que se tem de fazer é encaminhar a discussão de forma efetiva e deixar isso para os dirigentes. A prova de que a natação paralímpica do Brasil segue melhorando foi o número de finais: em 2015, foram 45 finais, agora em Londres 57! Um aumento muito significativo e que indica um outro dado, uma ampliação de provas e classes para o Brasil.

Maria Carolina Santiago foi a nossa maior medalhista neste Mundial. Volta de Londres, na sua estreia no mundo paralímpico com quatro medalhas, sendo duas de ouro. Carol está na classe S12, para deficientes visuais e onde tivemos um enorme crescimento nesta temporada. Grandes e expressivos resultados tanto no Parapan como no Mundial.

Outra evolução incrível foram os resultados nas classes baixas, S2 e S3 em especial. É uma nova perspectiva que se abriu para o Brasil e com performances que corroboram o bom trabalho que se implantou nestes últimos anos.

Nas classes mais altas, tivemos resultados positivos, mas ainda muito espaço para se melhorar. Aliás, este tal de esporte de alto rendimento é assim, por melhor que seja, a gente nunca está satisfeito, quer sempre mais.

Precisamos falar de Daniel Dias. Afetado diretamente pelas reclassificações de seus adversários, Daniel não "tirou o pé". Conseguiu, aos 31 anos de idade, chegar a sua 40a medalha em Campeonatos Mundiais, conseguiu fazer melhor marca pessoal nos 50 metros nado livre e alcançou resultados que não fazia há vários anos. Como aqui já dito antes, deu a melhor resposta na água.

Tóquio 2020 está logo ali, e a natação paralímpica do Brasil volta do Mundial com um rendimento positivo e expectativas altas para o próximo ano.

 

Fonte: sportv.globo.com